domingo, 27 de novembro de 2011

When he was just a boy...


Algo naquele dia parecia diferente. Talvez o lindo céu azul, o sol que já brilhava, o canto dos pássaros... alguma coisa estava diferente, mas não era fora dele. Ele acordara mais corajoso, sentia como se nada nem ninguém pudesse colocá-lo para baixo. Resolveu, então, fazer o que estava adiando há alguns dias (ou meses). Ligou para ela, convidou para ir tomar um café e ficou um bom tempo conversando com aquela que o fazia mais feliz quando se aproximava, que ria das coisas mais idiotas que ele falava.

- Tô com um problema, preciso de ajuda... - disse ele.
- O que foi? Algo sério?
- Para mim, sim. Estou apaixonado. - confirmou, já sentindo um nó apertar sua garganta
- Ah, fala sério, desde quando isso é um problema?
- É que eu não sei o que ela sente por mim... Será que devo contá-la o que sinto?
- Claro, se abra pra ela, é o melhor que você você faz. Não tem nada a perder.
- Será?
- Se você quer tê-la sempre ao seu lado, gosta dela e acredita que poderiam ser felizes juntos, acho que você devia falar a verdade pra ela.
- Mas não sei nem por onde começar... - procurava palavras - não tenho essa cara de pau.
- Se acha muito difícil falar pessoalmente, mande um sms, é rápido e prático.
- Agora?
- Sim, aproveita que está com coragem!

Tremia cada parte do seu corpo enquanto pegava o celular e digitava as palavras que podiam levá-lo ao Paraíso ou ao Inferno. "Será que você não desconfia mesmo de nada? É você quem eu quero pra mim.", escreveu.

- Pronto, agora é só esperar que ela receba. - disse.
- Só resta agora esperar uma resposta... vamos torcer pra que seja boa, você merece ser feliz!

Nesse momento o celular dela vibra anunciando que ela havia recebido uma nova mensagem. Ela não sabia o que dizer quando viu a mensagem que ele acabara de mandar, não conseguia entender como aquilo foi acontecer. Sacudindo a cabeça, olhou para ele e disse que gostava muito dele, que sentia uma amizade muito grande, mas que teria que se distanciar para que não viesse a machucá-lo mais ainda.
Enquanto ela se afastava, ele preferiu não olhar e virou-se, seguindo na direção oposta.

"This could be para, para... paradise."

Eduardo Grillo

domingo, 20 de novembro de 2011

"Em qualquer conjugação do verbo existir..."


"Eu te amei muito. Nunca disse, como você também não disse, mas acho que você soube. Pena também que a gente se envergonhe de dizer, a gente não devia ter vergonha do que é bonito. Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, não vai mais haver medo nem coisas falsas. (...) Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha - e tenho - para você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim."

C. F. Abreu