quarta-feira, 19 de maio de 2010

"And time is running out..."


Eu não sei o que fazer.
Penso em mandar um recado pelo Orkut ou pelo Twitter. De repente o Formspring... ou o msn? Só para dizer qualquer coisa, dar um "oi", desejar um bom dia... sei lá, tentar fazê-la notar que eu existo. Mas aí então penso que se eu o fizer posso assustá-la, fazê-la se afastar. E se ela nem respondesse? Eu iria me sentir muito pior do que se eu não fizesse nada.

E é isso que eu acabo fazendo. Nada.

Eduardo Grillo

terça-feira, 4 de maio de 2010

A crack in the wall


Estar deprimido não significa que você nunca está feliz.
Há paredes que mantém a felicidade distante de você, mas, às vezes você encontra um buraco onde consegue entrar e ultrapassar a parede, ficar do outro lado por um tempo, antes que ela seja consertada novamente pela solidão.

Eduardo Grillo


"For years now I’ve felt like if it all disappeared, and some days I do feel like: is it real? Then this is where I’d come back to. This would be my baseline. And obviously if I’d had known that 10 years on I’d come back here with a film crew and there would be my published books in someone else bookcase in this room.. I mean it’s really incredible to me. It’s such a well worn part of my story now, it’s a big yawn to hear how I wrote it (Harry Potter) as though it were all some sort of publicity stunt I did for a year but it was my life and it was very hard and I didn’t know it was going to be this fairytale resolution, and coming back here is just full of ghosts.”

J.K. Rowling

domingo, 2 de maio de 2010


Ele acordava a cada manhã com o desejo de fazer tudo certo, ser uma pessoa boa e com algum valor, não só mais um no mundo. Queria ser, o mais simples que pudesse soar e o mais impossível que realmente fosse possível, feliz. E durante o decorrer de cada dia, seu coração descia de seu peito para seu estômago.
Já no início da tarde, ele era surpreendido pelo sentimento de que nada estava certo, nada. Ou não estava certo para ele. E surgia o desejo de estar sozinho. À noite, esse desejo sempre se cumpria: sozinho na grandeza de sua tristeza, sozinho em sua culpa sem rumo, sozinho, mesmo na sua solidão.
“Eu não estou triste", ele repetia para si mesmo; "Eu não estou triste!". Como se ele um dia conseguisse convencer a si mesmo. Ou enganar a si mesmo. Ou convencer os outros. A única coisa pior do que ser triste é que os outros saibam que você está triste. "Eu não estou triste. Eu não estou triste!".
E a cada manhã ele acordava com o coração no lugar de novo, tendo se tornado um pouco mais pesado, um pouco mais fraco, mas ainda bombeando. Entretanto, nada adiantava. No início da tarde voltava o desejo de estar em outro lugar, ser outra pessoa, ser outra pessoa em algum outro lugar.
“Eu não estou triste. Eu não estou triste!".

Descobriu que na verdade quer é ser feliz.

Eduardo Grillo

sábado, 1 de maio de 2010

Miles from Heaven [2]

É horrível quando perdemos a fé e o interesse (ainda que por instantes) em alguns amigos.
Pequenas e grandes atitudes. No dia-a-dia ou em dias importantes... Às vezes acontecem coisas que me levam a ter tal pensamento, fazendo com que me sinta completamente sozinho, como se eu não tivesse nada e ninguém, além de mim mesmo. Talvez até este se distancie um dia também.
Costumava fazer muitos amigos e tinha um número considerável de "melhores amigos", aquelas pessoas que você confia plenamente e que sabe que é recíproco. Mas agora o sentimento não está mais lá como antes. Muitas vezes quero poder acreditar que tudo está como antes e eu que não vejo, mas não consigo.
Continuo me importando muito com eles, mas por vezes prefiro me distanciar para que não presencie uma situação que possa me ferir. E nem vir a ferí-los.
Sinto que com o tempo estou me tornando cada vez mais pessimista e sozinho.
Nando Reis cantou:

"Quando não tiver mais nada
Nem chão, nem escada
Escudo ou espada
O seu coração
Acordará!"

Será que é verdade? Acordará e verá que é tudo coisa da minha cabeça? Conseguirei eu acreditar nisso?

Eduardo Grillo