quinta-feira, 7 de maio de 2009

Once...

Estava em casa deitado na rede lendo um livro. O dia era ensolarado, porém não estava muito calor, estava um clima agradável. Viajando em sua leitura, ele não se preocupava com nada ao seu redor, estava completamente entregue àquelas letras impressas nas páginas. Porém, de repente, sua tranqüilidade foi perturbada pelo toque do seu celular. O susto foi grande! Procurou o aparelho, e enquanto se acalmava, olhou para ver quem estava ligando. Desta vez, seu susto ao ver o nome escrito na pequena tela foi ainda maior que o anterior; o nome que estava aparecendo ali em simples letras brancas era conhecido e querido... Mas inesperado. Atendeu. Do outro lado da linha, ela, como sempre muito doce, e, do lado de cá, ele já sentado na rede ainda surpreso. Conversaram, falaram um pouco de suas vidas, as novidades, lembraram um pouco do passado, que, diga-se de passagem, foi um momento muito bom... Depois de alguns minutos de conversa, ele pergunta:

- Então, onde você tá agora?

E ela, meio que sem jeito, responde rápido e “pra dentro”, mas ainda assim compreensível:

- Na casa do meu namorado...

Conversaram mais um pouco, se despediram prometendo que ainda se falariam outras vezes e desligaram. E agora, já livre de seu “mundinho” tranqüilo de antes da ligação, cantava baixinho, quase que sussurrando, uma música bem conhecida por ele, que vinha de algum lugar que ele não sabia onde... Pra falar a verdade, nem percebia que cantava.

- “Toda rosa é rosa porque assim ela é chamada; Toda Bossa é nova e você não liga se é usada. Todo o carnaval tem seu fim...”

Tocou uma bateria no ar, finalizando o trecho com uma batida no prato imaginário. Pegou seu livro e folheou, tentando lembrar onde parou e voltar para o seu “mundinho”.

Eduardo Grillo

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